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Aleitamento materno

Vasectomia

Vasectomia: contraceptivo masculino

4 de setembro de 2018

Urologista da Cruz Azul fala sobre a eficácia e segurança dessa cirurgia de esterilização de homens

A  vasectomia é um procedimento cirúrgico seguro e eficaz, realizado por urologistas, que tem como objetivo tornar o homem estéril. A cirurgia consiste na secção dos ductos deferentes (direito e esquerdo), que são pequenos tubos por onde os espermatozoides são transportados para se juntar aos líquidos das vesículas seminais e da próstata. Enquanto o uso de preservativos e do Dispositivo Intrauterino (DIU) apresentam falhas que podem chegar até 18%, a vasectomia tem uma taxa de sucesso acima de 99%.

 

Quem pode realizar a vasectomia?
Segundo o artigo 10 da Lei Federal nº 9.263/96, a esterilização voluntária é permitida apenas em homens e mulheres (ligadura tubária) com capacidade civil plena e, mesmo assim, respeitando alguns critérios, como: ter mais de 25 anos de idade ou ter pelo menos dois filhos vivos, manifestação da vontade em documento escrito e firmado e ainda, se casado, autorização da esposa.

 

Como a cirurgia é realizada?
O procedimento cirúrgico tem duração de, aproximadamente, 30 minutos, realizado sob anestesia local mais sedação ou apenas anestesia local. São feitas uma ou duas incisões pequenas (1,0 a 1,5cm) no escroto. Os ductos deferentes são identificados, seccionados e amarrados com um fio, que é absorvido pelo organismo com o tempo. No final, a pele é fechada com dois a três pontos que, em geral, caem sozinhos. Caso a anestesia tenha sido apenas local, o paciente tem alta médica logo após o término e, se houve sedação, a alta é dada após algumas horas, sempre com um acompanhante.

 

E o pós-operatório?
O paciente pode andar normalmente, porém, não deve dirigir logo após o procedimento. Compressas com gelo devem ser feitas nas primeiras horas após a cirurgia. Maior sensibilidade e dor local são comuns nos primeiros dois a três dias. Deve-se seguir a receita com analgésico, anti-inflamatório e antibiótico para alívio dos sintomas e diminuição das chances de infecção. O retorno às atividades normais se dá costumeiramente entre cinco e sete dias.

 

Existem riscos e complicações?
Todos os procedimentos cirúrgicos, por mais simples que sejam, têm riscos e complicações. Na vasectomia, não é diferente, portanto, podemos citar: dor local mais intensa e prolongada, infecção e hematoma local. Na maioria das vezes, são fáceis de tratar com analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos. A maior parte dos casos evolui com uma sensibilidade local que melhora com o passar dos dias. A recanalização espontânea dos ductos ocorre muito raramente, em menos de 1% dos casos. Além disso, é importante manter o acompanhamento e seguir as orientações do urologista.

 

Funciona imediatamente?
O paciente não sai da cirurgia estéril e é necessário algum método contraceptivo até a realização de um espermograma que demonstre a ausência de espermatozoides. Esse exame é realizado em 40 dias após a cirurgia, período no qual o paciente deve ter tido, no mínimo, 25 ejaculações para eliminar os espermatozoides que estavam localizados após a área de secção.

 

Há mudança na ejaculação?
Não. A maior parte do líquido que sai na ejaculação é produzida nas vesículas seminais e na próstata. A vasectomia secciona os ductos deferentes que estão localizados antes desse órgão, portanto, o homem continua ejaculando praticamente a mesma quantidade de líquido, porém, sem espermatozoides.

 

Há influência na vida sexual?
Não há mudanças em termos de ereção, libido, prazer e ejaculação. Há apenas uma parada no transporte dos espermatozoides, algo que não muda a produção de testosterona, que é feita nos testículos. Inclusive há relatos de melhora da vida sexual do casal por não mais se preocupar com métodos contraceptivos ou risco de gravidez.

 

Existe a possibilidade de reverter a cirurgia?
A vasectomia deve ser encarada como definitiva e, por esse motivo, o paciente deve ter plena certeza ao realizá-la. Contudo, há um procedimento de reversão que consiste na tentativa de religar os ductos. É uma cirurgia mais demorada e extremamente delicada, que exige o auxílio de um microscópio cirúrgico. Nela, os ductos deferentes são religados com fios muito finos. Não há certeza de sucesso, variando de 30% a 70%, o que depende de muitos fatores, como, por exemplo, o tempo decorrido da vasectomia.
 

Por Dr. Mauricio Akira G. Assakawa
Urologista da Cruz Azul, Mestre em Oncologia,
Titular da Sociedade Brasileira de Urologia
e Membro da American Urological Association

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