REFLUXO GASTROESOFÁGICO NA INFÂNCIA
22 de novembro de 2016
Gastroenterologista Infantil da Cruz Azul fala as doenças do aparelho digestivo
O Refluxo Gastroesofágico (RGE) é o retorno do conteúdo gástrico ao esôfago, devido à diminuição da função do esfíncter (válvula) que se localiza entre o esôfago e o estômago. É frequente em crianças, na maioria das vezes de evolução benigna e caracterizada pela presença de vômitos ou regurgitações.
A maior parte dos casos corresponde ao refluxo fisiológico, resultante da imaturidade dos mecanismos de barreira anti-refluxo, podendo cursar com falta de apetite, dificuldade de ganho de peso, azia, queimação no peito e, ainda, sintomas respiratórios como: chiado no peito, tosse crônica, laringite, faringite, otite, engasgos e pigarro.
O diagnóstico do RGE é clínico, baseado nos sintomas apresentados. Existem exames complementares disponíveis para confirmação e detecção de complicações.
As crianças com refluxo gastroesofágico devem ser acompanhadas durante toda a infância, pois embora a maioria delas melhore, outras podem persistir com os sintomas e inclusive apresentar outras alterações associadas ao refluxo.
Classificação do RGE:
RGE FISIOLÓGICO: mais comum nos primeiros meses de vida, apresentando resolução espontânea até dois anos de idade. Causa regurgitações e/ou vômitos, mas sem consequências para o desenvolvimento da criança.
Tratamento:
medidas posturais: elevar a cabeceira da cama e manter a criança ereta após alimentação;
medidas dietéticas: manter aleitamento materno exclusivo. Se o bebê toma fórmula, fracionar as mamadeiras e, em alguns casos, utilizar fórmulas espessadas. As mamadeiras devem ser administradas com a criança em posição semi elevada e, após a alimentação, esperar pelo menos quarenta minutos para deitar;
em crianças maiores, deve-se evitar: refrigerante, chocolate, achocolatado, café, fritura, embutidos, molhos de tomate e biscoitos recheados.
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE): deve-se suspeitar quando os sintomas não melhoram após seis meses de idade, não respondem às medidas posturais e dietéticas e quando estão presentes repercussões clínicas, como parada do crescimento ou sintomas sugestivos de esofagite (inflamação do esôfago), como, por exemplo, azia, irritabilidade, dor e queimação no peito ou manifestações respiratórias.
Tratamento: além das medidas posturais e dietéticas, também é indicado o tratamento com medicamentos.
Por Dra. Vânia Sonja Villela
Gastroenterologista Infantil do Hospital Cruz Azul