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Crise de Ansiedade

CRISE DE ANSIEDADE

18 de julho de 2017

Psiquiatra da Cruz Azul fala sobre a “doença sofrida” que acomete, principalmente, os jovens

Medo súbito e intenso, sensação de que algo ruim está por acontecer, receio de morrer, temor de que alguém próximo sofra algo terrível, adoecimento, coração acelerado, tremores, tonturas, ânsia de vômito, aperto no peito, sufocação, um choro que não passa, dor de cabeça, vontade de urinar a todo momento, no meio do dia, do nada, na escola, no trabalho, na condução, no dia do aniversário, indo a uma festa, despertando no meio da noite com pesadelos e pressentimentos… tudo isto se resume à primeira palavra escrita: medo.

Não se sabe bem o porquê deste medo ou se ele despertou por algo sem importância. A pessoa está dentro da própria casa e teme sair como se a rua fosse uma imensa selva perigosa habitada por predadores prestes a dar o bote. É claro que nossa civilizada realidade pode ser muito mais perigosa, mas por que dispara este gatilho de tanto perigo?

A comunicação disparou com as tecnologias, em que as teclas contatam as pessoas e as informações repercutem em larga escala, o que também aumenta o medo e a insegurança, afinal, os jovens se envolvem muito rapidamente. Nesse ritmo atual, a velocidade da vida moderna expõe, entretanto, não cuida, protege, dá segurança ou uma real vivência de companhia. Multidão e desamparo, muitos grupos com pouco conhecimento e respeito íntimo.

Um aparente discurso de igualdade e a realidade mostrando as diferenças, o bullying (intimidação sistemática), as brigas, as intrigas, as inseguranças fazem parte do dia a dia. Crianças e adolescentes sofrem com isso, mas os adultos têm imunidade em relação a estes sintomas?

Toda a gente sofre e, muitas vezes, não quer conversar nada a respeito. Papo de psicólogo é “perda de tempo” e tomar remédio vai fazer ficar mais doente e dependente. O que resolve, então? A balada, o baile funk, ficar, beber até cair e usar drogas? O medo continua. Temos de enfrentá-lo, senão ele nos devora. Temos de aprender a conversar sobre os sentimentos ou a doença “dá o bote” e o medo.. aumenta!

É normal o ser humano sentir-se ansioso em algumas situações, porém, há pessoas que desenvolvem a chamada “crise de ansiedade”, que está cada vez mais presente na sociedade, em especial, entre os mais jovens.

O que mais vemos entre os grupos de jovens, algo que preocupa muitíssimo além do uso abusivo de álcool e drogas ilícitas, é a tendência a extravasar a ansiedade por meio de comportamentos compulsivos, sejam os de caráter autopunitivo, sejam os de natureza exibicionista. Quem desenvolve esse distúrbio de ansiedade sofre de uma doença psíquica e, através dele, é que se formam outros sintomas, tais como: falta de ar, medo súbito e intenso, aperto no peito, choro excessivo e outros mais que se resumem nas principais manifestações da ansiedade em excesso.

Essa crise acomete o indivíduo que está vulnerável, que recentemente sofreu alguma perda, está apreensivo ou sob pressão. É um momento em que a sensação de angústia e insegurança aumenta de forma a deixá-lo descontrolado, com a sensação de que alguma infelicidade deverá acontecer com ele ou com as pessoas com quem se importa.

O uso contínuo de alguns medicamentos e drogas também pode desenvolver as crises de ansiedade e até mesmo a crise do pânico.

A ansiedade também está associada às causas físicas, sejam elas alimentares, imunológicas, cardíacas ou respiratórias:

Falta de vitaminas
Intoxicação alimentar
Diabetes
Hepatite
Hipertensão
Acidente Vascular Cerebral
Doenças pulmonares
Bronquite crônica
Diagnóstico

Antes de tudo é necessário que o médico ou psicólogo procure saber a origem das crises e, a partir daí, encaminhá-lo ao especialista que irá lhe tratar, de acordo com os sintomas detectados, seja por um distúrbio respiratório ou cardiovascular.

Tratamento

Além do tratamento adequado para cada tipo de doença, existem três formas seguras e naturais para controlar a crise de ansiedade:

Psicoterapia: sessões de terapia podem ajudar a desencadear diversos padrões de comportamento visando o bem-estar do paciente.

Exercícios: movimentar o corpo na prática de atividade física libera endorfina e contribui para expulsar a negatividade, além de ajudar a manter a forma. É um ótimo remédio para a crise de ansiedade.

Terapias alternativas: acupuntura e yoga, por exemplo, podem ajudar a combater a ansiedade de forma natural e relaxante.

A opção de viver uma vida tranquila e equilibrada depende unicamente de quem a vive, de você!
 

Por Dr. Carlos Neumann
Psiquiatra na Cruz Azul de São Paulo, Doutor em Psicologia Clínica
e Psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise

 

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