Neste mês, a Cruz Azul de São Paulo promove a campanha Maio Cinza – Prevenção ao Tabagismo, com o objetivo de auxiliar nossos pacientes e colaboradores sobre os males causados pelo fumo, suas consequências e as formas de prevenção a esta doença que atingem uma boa parcela da sociedade brasileira. 

“De acordo com a Classificação Internacional de Doenças, o tabagismo constitui-se como dependência pelo uso frequente da nicotina. O fumante se vê obrigado a buscar uma ‘gratificação’ ou ‘bem-estar’, induzido pelo consumo inalatório da substância psicoativa e psicoestimulante encontrada nos mais diversos tipos de fumos”, aponta o Doutor Carlos Fernando Neumann, Psiquiatra do Hospital Cruz Azul de São Paulo. 

Segundo Doutor Carlos, além da nicotina, o tabagista coloca em seu organismo cerca de sete mil substâncias, a maior parte delas cancerígenas, além da poluição concentrada pela própria fumaça. A nicotina inalada leva oito segundos para ir da árvore respiratória até o alvéolo pulmonar, passando pela corrente sanguínea, chegando com rapidez ao sistema nervoso central. A nicotina não causa rápidos sintomas deletérios para a saúde mental, mas à médio e longo prazo pode ocasionar doenças cardíacas, pulmonares e oncológicas. 

“A fumaça do cigarro traz vários agentes que agridem as células de vários órgãos e sistemas, causando processo inflamatória e degenerativo que leva a produção neoplásica de células tumorais. Boa parte dos cânceres têm evolução silenciosa e, quando descobertos, estão em estágio avançado. Em grande parte dos casos, são situações intratáveis, demandando ações paliativas, a exemplo do câncer de pulmão”, afirma o Psiquiatra do Hospital Cruz Azul de São Paulo. 

Em 2020, pelos dados oficiais, foram 161.853 mortes ocasionadas pelo fumo, com ênfase em caso de problemas cardíacos causados ou agravados pelo tabagismo, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e acidente vascular cerebral (AVC). O consumo excessivo de tabaco também pode ocasionar patologias na região da bexiga, pâncreas, esôfago, fígado e rim. 

O consumo ativo de cigarro pode causar também problemas para aqueles que estão no entorno, ocasionando o tabagismo passivo. De acordo com o Doutor Carlos Neumann, o fumo passivo ocorre quando pessoas não tabagistas convivem ou são próximas de tabagistas. “Devido a exposição frequente as substâncias do cigarro, a maioria das pessoas que convivem com usuários de nicotina podem desenvolver complicações de saúde similares. Dados do INCA mostram que jovens de 13 a 17 anos representam 6,8% dos fumantes passivos”. 

Doutor Carlos Fernando Neumann, Psiquiatra do Hospital Cruz Azul de São Paulo, afirma que campanhas antitabagismo na rede de saúde, em empresas e nas escolas podem ter efeito positivo na prevenção aos males do cigarro. “Sempre indicamos grupos de autoajuda, bem como psicoterapia. Além disso, também podem ser recomendados tratamentos farmacológicos, como uso de adesivos nicotínicos ou a bupropiona”. 

A maneira mais eficaz para solucionar os problemas ocasionados pelo tabagismo é parar de fumar. Entretanto, o período conhecido como abstinência pode ocasionar sensações de irritabilidade, ansiedade, tristeza, perda de atenção e concentração, e insônia. “Estes sintomas são muito comuns nos primeiros trinta dias e, dependendo da gravidade e prejuízo funcional, devem ser tratados como sintomáticos. É necessário também investigar a presença de algum transtorno psiquiátrico”, completa o Doutor Carlos Neuman. 

Segundo o psiquiatra da Cruz Azul de São Paulo, o fumante em período de interrupção sente falta deste hábito, que muitas vezes está atrelado a sociabilidade. “O dependente pode sentir que a vida sem o tabaco é tediosa e chata, gerando possíveis recaídas. Os especialistas no tratamento contra tabagismo precisam ter em mente que voltar a fumar é comum, e nestes casos é necessário administrar a situação com compreensão, empatia e uma boa dose de pragmatismo”. 

Ao longo do mês de maio, o Ambulatório Cambuci, em parceria com a empresa EMS, promove ações voltadas ao combate contra o tabagismo. Se você quer parar de fumar, mas não está conseguindo por conta própria, busque um dos médicos de nosso Ambulatório, sua vida deve vir sempre em primeiro lugar.