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Rotina Alimentar

Rotina Alimentar

Horários na rotina alimentar

20 de abril de 2016

A boa saúde nutricional, além de priorizar a qualidade dos alimentos, necessita também de uma rotina de horários e intervalos adequados às idades e às rotinas escolares e de atividades extracurriculares.

Uma criança ou adolescente necessita de padrão nutricional adequado e equilibrado entre horários específicos de oferta de alimentos para que sejam também digeridos dentro de um padrão de aceitação e absorção pertinentes ao bom desenvolvimento orgânico e cognitivo.

O ritual correto dos horários de determinadas refeições não só possibilita a absorção dos nutrientes em sua máxima exigência como dá as informações corretas ao cérebro em relação à fome e saciedade.

O ideal é acordar cedo e iniciar o desjejum com alimentos que contenham carboidratos em doses adequadas: leite, derivados, frutas e pão integral.

As crianças e adolescentes que frequentam a escola em horário matutino devem sair de casa já alimentados. O jejum da noite e o prolongamento durante as atividades da rotina de acordar e organizar a ida à escola e início da concentração ou movimentos, podem provocar um aparente desinteresse que na realidade é o “sono cerebral” por falta da ingestão dos nutrientes corretos prévios às atividades para mantê-lo “acordado”.

Crianças e adolescentes que vão à escola no período da tarde devem manter a mesma rotina. Acordar cedo, iniciar o desjejum e almoçar antes da ida à escola.

Lanches da manhã e da tarde devem ser à base de frutas, queijo branco, iogurte, bolo caseiro. A garrafinha de água não deve faltar em nenhuma lancheira e a ingestão de água deve ser privilegiada em todos os intervalos de refeições.

Os horários de jantar devem seguir o mesmo ritmo de horário e de qualidade, com alimentos de digestão fácil evitando assim o mal-estar durante a noite. O ideal é que a criança ou adolescente jante três horas antes de dormir, com alimentos leves, sem excessos de gordura e não substituir o jantar por sanduiches ou pizzas. Alimentos ricos em gordura ingeridos à noite podem provocar, além uma perda do apetite no desjejum, o desconforto gástrico por uma digestão lenta.

É importante que as principais refeições não sejam acompanhadas de alimentos lácteos ou derivados, para que a absorção do Ferro contido nos alimentos não seja impedida. Em geral, é indicada uma fruta cítrica que facilita esta absorção.

Seguir a rotina orientada sobre horário e qualidade é permitir que o corpo mantenha um metabolismo dentro do padrão fisiológico. O bom esvaziamento gástrico e intestinal dentro do ritmo correto evita as constantes queixas de regurgitação e obstipação tão frequentes na consulta pediátrica. A sonolência e o desinteresse nas salas de aulas muitas vezes passam desapercebidas quanto a esta importante informação de que o menor vai à escola em jejum. Ou os que estudam à tarde e vão à escola sem almoçar porque acordam tarde e daí segue a dança de pacotes e caixas de salgadinhos e sucos ou refrigerantes. Retornando para casa com esta alta ingestão calórica, dispensam o jantar e o substituem por sanduiches ou refeições rápidas a base de macarrão instantâneo ou empanados.

E o ciclo se repete a cada dia! Não tem como dar certo!

Manter no presente da criança e adolescente uma rotina composta de hábitos e horários alimentares corretos, horas de sono e atividades físicas adequadas, reconhecer o que é necessário e o que é negligenciado – é lidar diretamente com o futuro também saudável do adulto.

Por Dra. Leda Rezende
Pediatra Clínica da Cruz Azul de São Paulo, com especialização em Nutrologia Infantil

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