Vacinar é preciso
28 de janeiro de 2019
Infectologista da Cruz Azul enfatiza a importância da imunização em todas as faixas etárias, um assunto sempre atual e necessário
A prática da vacinação é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos investimentos em saúde com melhor custo-efetividade, uma vez que duas a três milhões de mortes são evitadas todos os anos por meio dela e, somada à disponibilidade de água potável, é reconhecida como a medida sanitária de maior impacto na qualidade de vida e longevidade das pessoas.
Infelizmente, nos últimos anos tem havido um movimento antivacinação no mundo, em parte causado por desinformação e por disseminação de notícias falsas, o que tem contribuído para a queda de cobertura vacinal em níveis preocupantes.
Na Europa, por exemplo, onde esta taxa de cobertura é bem mais baixa do que no Brasil, tem havido ressurgência de doenças preveníveis por vacinas, como Caxumba, Sarampo e Hepatite A, que aparecem em forma de surtos, acometendo indivíduos vulneráveis.
No Brasil, apesar da taxa de cobertura vacinal ser um orgulho nacional, ela tem caído no passar dos anos. Os dados de cobertura vacinal mostram redução de aplicação de vacinas básicas no período de 2015 a 2017, como as contra Poliomielite, Rotavirus, Hepatite A, Hepatite B, Meningocócica C e a Pentavalente. Em 2016, foram registrados surtos de Caxumba; em 2017, de Febre Amarela, e, em 2018, de Sarampo.
Outra questão que sempre deve ser lembrada quanto à importância das vacinas e sua proteção é relacionada à movimentação de pessoas, que hoje em dia ocorre de forma intensa, seja em viagens de turismo, de negócios ou de migração de refugiados, que transitam entre os países, atravessando fronteiras com frequência e rapidez como nunca antes ocorreu no mundo. Junto com eles e seus grupos populacionais, movimentam-se também os agentes etiológicos causadores de doenças.
Portanto, há necessidade de se propagar mais as informações sobre vacinas, que na maioria delas são aplicadas gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do país, para as idades e populações especiais que precisam. O calendário da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) de 2018 e 2019 recomenda separadamente os calendários para Prematuro, Adolescente, Adulto, Gestante, Idoso, Criança e Ocupacional.
Contra a desinformação, a mídia sensacionalista e as notícias falsas, existe um site recomendado pela OMS na rede de portais que oferece informações confiáveis em vacinação, a Vaccine Safety Net (VSN), disponível em www.familia.sbim.org.br. É livre e de fácil acesso para consultas.
E não se esqueça: fale sempre com o seu médico de confiança sobre a imunização indicada para sua faixa etária e risco, pois a prática da vacinação de populações é um instrumento indispensável à promoção da saúde.
Mitos sobre a vacinação
No site http://portalms.saude.gov.br, o Ministério da Saúde desmistifica as informações falsas, chamadas de “fake news”:
As vacinas não causam autismo, nem síndrome da morte súbita infantil
Melhorias ligadas à higiene e ao saneamento não dispensam a necessidade da imunização
As vacinas são seguras e seus efeitos colaterais geralmente são reações pequenas e breves, como braço dolorido ou febre ligeira
Doenças erradicadas podem voltar se a população não se vacinar, pois os agentes infecciosos continuam a circular
Aplicar mais de uma vacina ao mesmo tempo não aumenta o risco de eventos adversos
Doenças que podem ser evitadas por meio da vacinação, como sarampo, caxumba e rubéola, podem levar a complicações graves, incluindo pneumonia e cegueira